O Homem que amava muito os livros…. Ah, sempre livros!

É claro que julguei o livro pela capa! mas aí veio a “sinopse”…

a “primeira” página… que me lembraram  as aulas da Profa. Mercês …

E pronto estava certa no julgamento!

O livro O Homem que amava muito os livros explora – baseado em fatos reais – a trajetória de dois personagens John Gilkey e Ken Sanders. Tudo começa quando um amigo da autora lhe mostra um exemplar, de um livro raro, com um bilhete antigo informando que o livro havia sido levado, acidentalmente, da biblioteca X e solicitando que o mesmo fosse devolvido, porém anonimamente.

O livro de quase 6 quilos – um Kräuterbuch/Kreuterbuch (achei as duas formas) é um “livro de ervas”, de autoria de Hieronymus Bock, botânico e médico.

Assim vasculhando a internet à procura de informações sobre livros raros roubados – embora a bibliotecária da instituição mencionada tenha afirmado que não havia qualquer registro dele no acervo, Allison se depara com diversas referências sobre Ken Sanders, famoso negociante de livros raros que se “convertera” em detetive amador e, por consequência, com John Gilkey – um dos mais bem-sucedidos ladrão de livros! 

Com um estilo de jornalismo investigativo a obra explora o fascínio dos livros bem como o lucrativo universo dos livros raros, seus colecionadores, a obsessão por obtê-los e a eventual tentação de roubá-los!

 Allison contata o boa praça Sanders e circulando com ele por importantes feiras de livros, nos EUA, passa a conhecer melhor este mundo e nos apresenta várias curiosidades bem como interessantes histórias sobre estes fascinantes livros raros

“O grau de raridade de um livro, porém permanece sendo um conceito subjetivo, e as únicas qualidades objetivas de “rareza” com as quais todos os negociantes parecem concordar são uma combinação de fatores, tais como, escassez, importância da obra e estado de conservação de cada livro” (pág. 22)

O trabalho de “detetive” de Sanders começa em 1999 como encarregado, voluntário, da segurança da Associação Norte-Americana dos Livreiros Antiquários.

Sua tarefa era informar aos negociantes de livros tão logo se ficasse sabendo de algum roubo, para que assim todos ficassem alertas quanto a eventual tentativa de venda.  Entretanto, devido às constantes notificações de roubos, viu-se dedicando cada vez menos à sua loja e cada vez mais tentando entender  “o que diabos estava acontecendo”

Sanders, ao receber uma foto do ladrão que tentava rastrear havia três anos descobre que a aparência dele era de um homem comum, por volta dos trinta anos “com um semblante mais para melancólico do que ameaçador” o deixando ainda mais intrigado! As informações coletadas durante anos, sobre as atividades de Gilkey, bem como a análise do seu comportamento – inconsistência de um padrão quanto aos títulos roubados; o fato de que nenhum dos exemplares roubados ter reaparecido à venda e também de que alguns livros não eram tão valiosos, fazia-o acreditar que Gilkey roubava apenas por amor aos livros – o desejo de possuí-los!

Embora isto não tenha diminuído, em nada, a vontade de Sanders de colocá-lo atrás das grades, faz com que Allison queira muito conhecer e entrevistar John Gilkey, e, para isto, faz uma investigação sobre o seu paradeiro.

Localizando Gilkey numa prisão na Califórnia, ela lhe escreve solicitando uma entrevista. Embora sabendo que ele tinha negado a autoria de seus roubos nos tribunais, alega que pretendia escrever uma história sobre pessoas que chegaram a limites extremos para obter livros raros. Após algum tempo ele lhe envia uma resposta convidando-a para visitá-lo na prisão

E assim ela começa a nos apresentar detalhes da vida deste fascinante personagem, resultado de entrevistas feitas durante vários anos, onde passamos a conhecer sua versão distorcida de justiça, as diversas maneiras como os golpes eram aplicados – muitos deles utilizando cartões de crédito de clientes dos locais em que ele trabalhava, bem como, apesar de várias temporadas na prisão, continuava sua trajetória de “colecionador”.

“Gilkey disse que não gostava de gastar “seu próprio” dinheiro com livros, e que não achava justo o fato de não possuir dinheiro suficiente para adquirir todos os livros que desejava” (pág.45)

Embora, de muitas maneiras ele não parecesse diferente de qualquer colecionador de livros, tinha uma visão bastante conturbada de mundo e de justiça e achava que merecia tudo o que desejasse – dizia colecionar livros para se sentir “grandioso e imponente como um membro da realeza, rico e culto”.

Porém, por mais que Gilkey desejasse exibir suas aquisições, especialmente para pessoas que entendessem de obras raras, sua biblioteca não poderia jamais ser vista pois, o ato de exibi-la, resultaria na perda da mesma, uma vez que a maioria absoluta de seus exemplares era objeto de roubo.

 

Fontes:

Imagens: sites consultados, obra e divulgação.

http://www.herbmuseum.ca/content/kreuterbuch-hieronymus-bock-1539

https://en.wikipedia.org/wiki/Hieronymus_Bock

http://themanwholovedbookstoomuch.com/exquisitebooks.shtml

http://www.christies.com/lotfinder/Lot/bock-hieronymus-1498-1554-krautterbuch-strassburg-wilhelm-christian-5797515-details.aspx

 

9 Comments

  1. vc. é ótima!!!

  2. Adorei e fiquei curiosa!!
    Vc sempre agregando coisas boas!!

    • é bem legal Dea, o fulano é uma figura, o senso de certo ou errado é totalmente à favor da interpretação dele 🙂 bjkas

  3. Que legal Renata! Eu tenho esse livro mas ainda não li, agora vou priorizar..rs Bjs

  4. Depois de toda esta belíssima narrativa, só me resta uma coisa…VOU LEEERRR”

    Adorei Rê! Parabéns. Você como sempre arrasando.

    Bjs.

  5. Muito bom! Já querendo ler!

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