Embora ele tenha feito 80 anos em 2016, as celebrações continuam… Esta linda exposição, que começou em Salvador, chegou esta semana à Sampa, na Caixa Cultural São Paulo, e reúne toda a discografia deste contestador e bem humorado artista
Antônio José Santana Martins ou o eterno menino Tom Zé é natural de Irará, interior da Bahia e veio para São Paulo na década de 70 e desde então está sempre por essas bandas
A mostra, que celebra a vida e a obra deste versátil artista, segue a linha artística do homenageado e assim as obras expostas abusam da multiplicidade de meios e linguagens – “Tom Zé 80 Anos” conta para o visitante a história de quem passou a vida cantando histórias.
“Fui descobrindo os personagens das cidades e que eu podia contar histórias sobre eles. Me lembro que saía para a rua para aprender como era São Paulo para poder cantar. No centro, assisti “São Paulo, Sociedade Anônima”, de Luís Sérgio Person. Foi uma aula, saí arrepiado do cinema.”
O curador da mostra é o designer, poeta e produtor de mídia André Vallias que, também, é o responsável por todo o trabalho gráfico-visual – por meio de fotos, textos com inclusões em braile, vídeos, músicas, depoimentos, instrumentos, dentre outros itens, toda a obra do cantor, compositor, arranjador, escritor e performer, é revisitada numa linha do tempo.
Entre os destaques da exposição – idealizada pela amiga e produtora cultural Bete Calligaris, estão os instrumentos criados por Tom Zé, como o enceroscópio e o buzinório – este utilizado na abertura da música Jimi Renda-Se…
O espaço Estudando o Sampler – uma instalação audiovisual interativa (controlada por sensor) vira uma máquina de sampler a partir do movimento do corpo de cada visitante. Esta instalação explora a identidade visual de arames e cordas criada pelo músico no disco Estudando o Samba, de 1976, e é assinada pelo coletivo Sangue no Silício, da cidade de Cachoeira…
Além é claro, de ser possível (re)ouvir toda a discografia de Tom Zé – incluindo o histórico álbum Tropicalia ou Panis et Circencis lançado em 1968, com Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil, Os Mutantes e companhia e o Estudando o Samba que chamou a atenção do músico David Byrne, ex-Talking Heads, e fez o Brasil redescobrir Tom Zé
Há ainda exibição de filmes, com enfoque no artista, como Fabricando Tom Zé (2006) e Tom Zé ou Quem Irá Colocar Dinamite na Cabeça do Século (2000)
Tom Zé além das inúmeras turnês por todo o país se apresentou diversas vezes pela Europa e Estados Unidos. Recebeu prêmios como o Troféu APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de 1998 e Prêmio Governador do Estado de São Paulo – Destaque em música em 2010.
“Eu tô te explicando pra te confundir/Eu tô te confundindo pra te esclarecer /Tô iluminando pra poder cegar/Tô ficando cego pra poder guiar” (Tô, 1976)
Caixa Cultural São Paulo. Praça da Sé, 111, Centro – Telefone 3321-4400 – até 20/05/18 de terça a domingo das 9h às 19h – Grátis.
Imagens: imagens divulgação e imagens de: Andre Conte, Ulisses Dumas e Marina Silva
Fontes:
http://www.infoartsp.com.br/agenda/tom-ze-80-anos/
http://www.tomze.com.br/shows/exposicao-tom-ze-80-anos-2/
http://www20.caixa.gov.br/Lists/News/DispForm.aspx?ID=5929&ContentTypeId=
http://baixacultura.org/tag/tom-ze/
http://www.tomze.com.br/biografia/