Na sua mais nova edição o programa Ocupação Itaú Cultural presta homenagem à cantora, instrumentista, pesquisadora e apresentadora Inezita Barroso (1925-2015), contando com a curadoria da equipe do instituto e a colaboração do violeiro Paulo Freire. A exposição fica em cartaz de 27 de setembro a 5 de novembro de 2017.
Versátil, a cantora paulistana Inezita Barroso, nome artístico de Ignez Magdalena Aranha de Lima, foi, também, atriz, instrumentista, bibliotecária, folclorista, professora, apresentadora de rádio e televisão além de publicar, em 1956, o livro “Roteiro de um violão”.
Grande pesquisadora e defensora do que ela preferia chamar de “música de raiz”, Inezita Barroso é reconhecida como a mais antiga e mais importante expressão artística da música caipira no País – de família tradicional paulistana quando jovem teve sua formação em música clássica, mas se apaixonou pela viola que ouvia nas redondezas da fazenda de seus pais, mesmo que naquela época viola “fosse coisa de homem”
Antes de comandar, por mais de 3 décadas, o programa Viola, Minha Viola – considerado uma das principais fontes de registro e divulgação da música caipira, Inezita já era uma das mais importantes intérpretes – tornando-se precursora de uma geração de mulheres no cenário sertanejo – cantando como ela gostava de definir a verdadeira música de raiz
Com mais de 200 prêmios dentre eles o Roquete Pinto como Melhor Cantora de Rádio da Música Popular Brasileira, teve sua longa carreira coroada com o Grande Prêmio da Crítica da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), em 2010, que escolheu seu nome para ocupar uma das cadeiras da Academia Paulista de Letras, em 2014
A exposição, no Instituto Itaú Cultural, com manuscritos e registros sonoros e audiovisuais – nos quais Inezita narra seus próprios passos, traz também peças de seu acervo pessoal, como fotos, documentos, prêmios, discos, bilhetes de fãs e compilados de recortes de jornais e revistas que a citavam – sobre os quais ela fazia anotações e eventuais correções
Outra paixão, o folclore, a fez ser, também, reconhecida e receber o título de doutora Honoris Causa pela Universidade de Lisboa – “por ser uma enciclopédia viva da música caipira e do folclore nacional”
Este reconhecimento lhe trouxe convites para dar aulas, sobre o assunto, em algumas instituições como a Universidade de Mogi das Cruzes e a Faculdade Capital encantando diversas gerações com o seu “Folc Lore”
Metódica e organizada, características aperfeiçoadas durante a graduação em biblioteconomia, Inezita soube preservar muito bem seu acervo, o qual organizava tudo em ordem cronológica – o que facilitou bastante o trabalho dos curadores
O programa RUMOS, também do Itaú Cultural, disponibilizará no Site gravações de 43 fitas de rolo – recuperadas, digitalizadas e catalogadas. Os áudios, datados dos anos 1950-60, registram ensaios, recitais e momentos em família além de músicas da discoteca da artista
#SempreLivros Se quiser conhecer um pouco mais, o livro Inezita Barroso – Rainha da Música Caipira (Editora Kelps, 212 págs.), traz histórias narradas em primeira pessoa pela própria artista, com texto final do jornalista Carlos Eduardo Oliveira.
O projeto Ocupação, do Instituto Itaú Cultural, foi criado para fomentar o diálogo da nova geração de artistas com os criadores que os influenciaram e preservar a memória artística do país, incluindo as enciclopédias as quais disponibilizam dados biográficos, imagens, vídeos e textos analíticos sobre profissionais das artes visuais, do teatro, do cinema, da literatura e das artes tecnológicas. Se quiser conferir todas as Ocupações, feitas pelo Instituto, basta acessar o site todas as ocupações
Fontes:
Imagens: divulgação e tiradas em visita à exposição
http://uniesp.edu.br/sites/institucional/noticia.php?id_noticia=3087
http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa202597/inezita-barroso