A 44ª edição do programa Ocupação Itaú Cultural homenageia o arquiteto ucraniano, naturalizado brasileiro, Gregori Warchavchik (1896-1972).
Naturalizado brasileiro, ele foi o responsável pela construção da primeira obra modernista no Brasil, a Casa Modernista.
A casa, agora Parque Modernista (desde 2009), fica na Rua Santa Cruz, 325 em São Paulo, é patrimônio histórico da cidade e foi o lar do arquiteto e sua esposa Mina Klabin.
Projetada em 1927 priorizava a simplicidade, a geometria das formas e principalmente as linhas retas, numa época em que a urbanização de São Paulo era pautada pela Belle Époque parisiense (tendo sua arquitetura marcada pela mistura de estilos como o neogótico, classicismo, art nouveau e art deco).
Foi inaugurada no ano seguinte, dois anos depois de Gregori Warchavchik ter publicado o Manifesto Modernista – um tratado que rompia com os padrões então vigentes, estabelecidos pela burguesia paulistana. Na casa, quase tudo foi criado por Warchavchik: o projeto, a decoração, o mobiliário e até mesmo as luminárias são de sua autoria.
O jardim, que hoje é a área verde do parque, e o projeto paisagístico ficaram a cargo de Mina e, como a casa, também foi considerado bastante inovador pois trazia espaços e equipamentos voltados ao que hoje chamamos de lazer ativo – o que era muito raro na época quando os jardins das residências e palacetes eram apenas para contemplação. A utilização de espécies tropicais também era rara nos jardins, pois o que se valorizava eram as plantas estrangeiras de clima temperado, como rosas e azaleias.
O jardim da casa modernista tinha piscina, praia com areia de verdade, casa de bonecas e até um teatro configurado por cercas vivas de fícus. Neste espaço aconteciam muitos eventos, festas e apresentações. Os cactos plantados no jardim por Mina, chamavam muita atenção porque até então eram considerados plantas ‘selvagens’, pouco ‘civilizadas’, e, portanto, de segunda categoria. (Profa. Ana Carolina Carmona, IFSP e FAUUSP)
A mostra “A Casa Modernista” ocupa a sede do IC e, ainda, o Museu Lasar Segall – antiga residência e ateliê do artista que dá nome à instituição, também projetos de Warchavchik, com uma proposta de imersão na vida e na obra do homenageado
Com a idealização de Silvia Prado Segall, a exposição, reúne alguns de seus projetos, parte do mobiliário que ele criou, fotos pessoais, entrevistas em vídeo, croquis e plantas que recontam a história do arquiteto e sua relação com o espaço.
A exposição vai até o dia a 23 de junho, no Itaú Cultural, na Avenida Paulista, de terça a sexta-feira, das 9h às 20h, e aos sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h. No Museu Lasar Segall, na Vila Mariana, de quarta a segunda-feira, das 11h às 19h, com entrada gratuita.
Visite também o Museu Lasar Segall 😊