Maluco Beleza … Nise da Silveira

Em sua mais nova Ocupação, a partir de hoje até 28 de janeiro, o Instituto Itaú Cultural nos apresenta a Dra. Nise da Silveira

Uma viagem na vida desta revolucionária alagoana que viveu no Rio de Janeiro cercada por gatos, loucos e livros e que se tornou uma das mais importantes cientistas brasileiras!!!

 “A arte de ser louco é jamais cometer a loucura de ser um sujeito normal – Raul Seixas”

Nise da Silveira revolucionou os tratamentos das doenças psíquicas no Brasil no século XX, numa época em que o estudo da medicina psiquiátrica disseminava a lobotomia e o eletrochoque, a Dra. Nise lutou para que seu método – que envolvia afeto, conforto emocional e espaço livre –, aliado à expressão artística, fosse reconhecido como outro caminho a ser seguido no cuidado com os pacientes.

A exposição apresenta materiais do acervo pessoal dentre fotos, correspondências, livros de estudos, vídeos e entrevistas que falam sobre sua família, sua prisão – ela ficou presa de 1934 a 1936 acusada de envolvimento com o comunismo,  a relação com o médico e pensador Carl Gustav Jung (1875-1961)

a Dra. Nise escreveu uma carta, em 1954, ao Dr. Jung incluindo fotografias das “mandalas” que os pacientes haviam pintado e descrevia sua técnica de terapia ocupacional – teve aí o início de um relacionamento profissional e a introdução da psicologia, junguiana, mas fortemente no Brasil e América Latina.

bem como informações sobre a sua terapia por meio das atividades expressivas – com a reforma psiquiátrica no Brasil e o avanço da medicina e da indústria farmacêutica, manicômios foram fechados e tratamentos que visavam a melhora do indivíduo tomaram um lugar cada vez maior

“Não se cura além da conta. Gente curada demais é gente chata. Todo mundo tem um pouco de loucura. Vou lhes fazer um pedido: vivam a imaginação, pois ela é a nossa realidade mais profunda. Felizmente, eu nunca convivi com pessoas muito ajuizadas.”

As obras produzidas no STOR – Seção de Terapêutica Ocupacional e Reabilitação que ela criou em 1946 no Hospital Psiquiátrico de Engenho de Dentro, revelam vivências e traumas dos indivíduos que, ao se expressar, avançavam rumo à cura – as obras produzidas por eles davam “voz” aos conflitos internos que viviam!

Com a criação do Museu de Imagens do Inconsciente   em 1952, também um centro de estudos e pesquisa, seu acervo atingiu mais de 360 mil obras e se tornou a maior e a mais diferenciada coleção desse tipo de arte no mundo e, suas principais coleções, foram tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Nise da Silveira faleceu em 1999.

Fontes e imagens: Itaú Cultural e tiradas em visitas à exposição

 

 

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